Pais e responsáveis têm até o dia 30 deste mês para levarem crianças e adolescentes, acompanhados de carteira de vacinação, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. O chamado é da Campanha Nacional de Multivacinação 2016, lançada pelo Ministério da Saúde, com os objetivos de reduzir o número de não vacinados e de atualizar o calendário básico na caderneta de saúde, em função de alterações realizadas no início deste ano pelo órgão. 

Ao longo da segunda-feira, primeiro dia de campanha, o movimento registrado nas unidades de saúde ainda era tímido. Entre as exceções daqueles que recorreram logo cedo ao Centro de Especialidades estava Marceli Fernandes, acompanhada da filha Alícia, de um ano. “Fiquei sabendo pela internet de que era necessário atualizar a caderneta e aproveitei para fazer o quanto antes”, disse. Foi também pela internet que Iasiã Ramos soube da campanha e recorreu ao Centro para entender o que seria necessário fazer para colocar em dia as vacinas da filha Bárbara, de quatro anos. “Soube que fizeram mudanças, mas não acompanhei. Como divulgaram a campanha, já vim conferir. No final, era preciso fazer somente a da pólio.”

Por trabalhar de forma seletiva com o público-alvo, a campanha não tem metas estabelecidas. Ela cumpre, no entanto, de acordo com a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas (SMS), Ana Alice Maciel, com objetivos estabelecidos também pelo próprio município, como manter a eliminação do sarampo e da poliomielite, aumentar a cobertura de vacinas da tríplice viral e reduzir a incidência de doenças imunopreveníveis. O baixo alcance da vacina contra o HPV também preocupa os agentes de saúde, um dos motivos pelos quais foi incluída na campanha.

Reforço nas doses
O Ministério da Saúde enviou um reforço de 19,2 milhões de doses extras de 14 vacinas para os postos de todo o país. Conforme o estoque for baixando, novas solicitações serão feitas, explica Ana. O dia “D” da campanha será no sábado, período no qual as UBSs da zona rural não estarão atendendo e todos os profissionais destes locais serão distribuídos pelas unidades da cidade, atendendo das 8h às 17h, sem fechar ao meio-dia.

 As mudanças

- Poliomielite
Como era
2 injetáveis (VIP) e 3 orais (VOP)

Como é agora
3 doses da vacina injetável, a VIP (2, 4 e 6 meses) e mais 2 doses de reforço com a vacina oral, a VOP (gotinha)

- HPV
Como era
3 doses

Como é agora
2 doses, com seis meses de intervalo entre elas para meninas entre 9 e 13 anos

*As mulheres vivendo com HIV entre 9 e 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses

- Meningocócica C conjugada
Como era
Primeiras doses aos 3 e 5 meses, reforço aos 15 meses

Como é agora
Primeiras doses aos 3 e 5 meses, reforço aos 12 meses, preferencialmente, mas pode ser administrado até os 4 anos

- Pneumocócica 10 valente
Como era
3 doses

Como é agora
2 doses, aplicadas aos 2 e 4 meses, com um reforço preferencialmente aos 12 meses, que pode ser recebido até os 4 anos

Para crianças de zero a quatro anos, 11 meses e 29 dias, as vacinas disponíveis são:

BCG (contra tuberculose)
Hepatites A e B
Pentavalente
VIP
VOPb
Rotavírus humano
Pneumocócica 10 valente
Meningocócica C conjugada
Tríplice viral
Tetraviral
DTP

Para crianças e adolescentes de nove anos a 14 anos, 11 meses e 29 dias, as vacinas são:

Hepatite B
Tríplice viral
dT (difteria e tétano)/Dtpa (adolescentes gestantes)
HPV